domingo, 19 de abril de 2009

Hoje, Lou decidiu que não queria príncipe encantado.
Ela também não quer finais felizes.
Hoje, Lou viu que o hipotálamo pra nada serve.
E que a gente bem que podia vim ao mundo sem ele.
Hoje, Lou se viu mais bonita.
E um pouco mais ignorante também, pela falta de livros em sua cabeceira.
Hoje, Lou dormiu e acordou querendo mandar todo mundo tomar banho de chuva,
e ouvir Jorge Ben no banho em último volume.
Hoje, Lou quiz viver apenas a ela mesmo.
Sem companhia.
Ela quiz mastigar chicletes com a boca aberta.
Ficar sem pentear os cabelos.
Quiz ser ela, muito mais ela.
Lou quiz perder o medo de altura, e não sorrir.
Hoje, Lou não está pra ninguém.
Quem sabe amanhã.

domingo, 12 de abril de 2009

aos meus heróis.



Tão perto e tão longe, eu me caibo neles.
Eu me perpetuo neles, eu me descubro, me acho, me vingo.
São flores, mas são espinhos também.
São anjos da guarda,espelho, graminha, colo, cor.
Eu me amo mais e me odeio muito mais também, com eles.
Eu posso ser grande, pequena, robusta ou doce.
Mas eu sou eu mesma, com eles.
Eu sou sorriso, e lágrima também.
Sou mocinha e vilã, sou ombro, sou frutinha, e sou flor.
Sou telepatia, sou estranhamento, sou irmã, e bruxinha também.
Eu sou conto de fadas e vida real, mas só se for com eles.
Eu bebo, chuto, brigo, sorrio, reclamo, e vivo, com eles, pra eles, por eles.
Sou filha, e sou mãe.
Sou por inteira, mas posso ser pela metade, só pra ouvi-los, senti-los, vivê-los.
Sou nêguinha, sou bochecha, sou caixo, e sou menina também.
Com eles, à eles, eu sou, eu posso, eu sinto, eu devo, tudo.
Sou saudade, sou companhia, desenho animado, horas e horas de conversa e chorinho.
Eu sou igual, e sou diferente também.
Sou desenho, bem casado, poesia.
Sou nada comigo, e sou tudo, pra eles, com eles.
Sou transparência, sou cúmplice, sou dancinha, sou cheirinho e beijinho também.
todas as alegrias, choros, ombros, abusos, companhias, paixões, conselhos, beliscões, eu divido e completo, mas só se for com eles.
Sou poesia, e prosa.
Sou pretinha com clarinha.
Sou briga, e carinho.
Sou bicha, vadia, e docinho também.
Sou gaveta de segredos.
ármario de sentimentos.
Sou nuvem, e sou céu.
Sou balanço de rede, barulho de chuva.
Sou caneca de café com cigarros.
Sou amada, e sou amante.
Sou deles.

aos meus heróis, todas as cores dessa vida.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sem fim (?)

Não era pra ser.

Não tinha que ser.

É, mas o destino como sempre fez pouquinho de mim.

Brincou, mastigou, cuspiu a minha falta de paciência.

Eu não tinha confiança, não gostava, desprezava.

Não era nada, nunca foi nada.

Não era pra ser, não tinha que ser.

Mas foi.

Não da forma mais certa, mais bonita.

Mas foi.

Primeiro, sutilmente, meias palavras, jeito manso.

Depois, já avassalador, foi apaixonante.

Tudo errado, não dava pra ser, não tinha que ser.

Foram desejos, dúvidas, receio.

Foi carinho, paixão, vontade.

Não podia ser.

Eram pessoas, sentimentos, histórias, planos.

Nada podia ser desperdiçado.

Havia de ser respeitado, sacramentado.

Não queríamos.

Foram planos que nós fizemos, história,

risadas,noites, viagens, que nós construímos,

que pensamos, que vivemos.

E esses e essas sim, não íamos deixar passar.

A gente queria viver, se viver.

Mas, não era certo, tranqüilo, pacífico.

Nunca foi.

Tudo sempre impactante, meio errado, e sempre bom.

Não era pra ser.

Não tinha que ser.

Os desejos, jeitos, cumplicidades, afinidades, brigas, sorrisos,

noites e mais noites, deviam ser, não podiam, mas queriam.

Sem nada, com tudo.

Misto de sentimentos, será que eles existem?

Quem sabe?

Ninguém quer saber mais.

Parece que existe, não me cabe.

Esses sentimentos não são sempre bons.

Eles são bons na essência, mas quando vem acompanhados de

de gente disposta, disponível.

Coração perturbado, dúvida, medo, não cabem a eles.

Eles são nobres, mas parecem inexistentes.

Não se sabe mais nada.

Tudo foi vivido, correspondido, sentido, apaixonado.

História sem fim, não sei.

Parece que tem sim.

Não sei se bom, tranqüilo, amigável, delirante, apaixonante, amargo.

Não sei se está próximo.

Não era pra ser.

Não tinha que ser.

Será que vai ser?

Coração pra BAIXO.

embaixo, escrito FRÁGIL.